Painéis solares: não compensa investir num sistema sobredimensionado

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Os sistemas de autoconsumo de energia são cada vez mais tido em conta pelos consumidores. Permitindo a produção e a utilização de energia elétrica gerada a partir de fontes renováveis – como a solar – no próprio local de consumo, estes sistemas substituem a energia da rede elétrica. Ou seja, basicamente, o autoconsumo destina-se a satisfazer as necessidades energéticas de uma habitação, através da produção de eletricidade própria, centrado numa unidade de produção para autoconsumo (UPAC).

 

Regra geral, e uma vez que é necessário algum investimento para a instalação de sistemas fotovoltaicos, de resto a solução mais conhecida, os consumidores tendem a ponderar instalar mais painéis do que os necessários para o consumo do lar, e vender o excedente de eletricidade. Compensa? Não. A conclusão é da Deco Proteste que após consultar várias empresas que compram o excedente de energia, concluiu que não compensa fazer um investimento superior num sistema com mais painéis, para ter retorno que poderá ser modesto. Esta organização de defesa do consumidor explana que o valor médio pago por quilowatt-hora (kWh) injetado na rede é cerca de metade do cobrado pelo consumido, “e com base num cenário otimista”, lê-se no artigo. Já para quem tem o sistema sobredimensionado, a Deco refere que “vender o excedente sempre irá ajudar a abater o montante gasto, para obter um retorno mais rapidamente”. Ou seja, o melhor é mesmo dimensionar o sistema às necessidades de eletricidade da habitação.

 

Primavera e verão são sinónimo de produção

No artigo, a Deco Proteste dá um exemplo prático: uma moradia na qual vivem cinco pessoas – dois adultos e três crianças. Todos os equipamentos em casa são elétricos, sendo que, para climatizar, existe um sistema de ar condicionado multisplit e, para cozinhar, uma placa de indução. As águas quentes sanitárias são obtidas através de um sistema solar térmico termossifão, com apoio de uma resistência elétrica. Em 2021, foi instalado um sistema fotovoltaico, para reduzir a fatura da energia. O equipamento é constituído por seis painéis de 330 watt-pico (Wp) cada, ligados a um inversor com potência de 2 kW. Este é o cenário criado pela organização de defesa do consumidor. “Como expectável, o sistema registou a maior produção durante a primavera e o verão (de abril a setembro). Nessa altura, a parcela de autoconsumo foi maior, mas também o excedente injetado gratuitamente na rede, que era quase equivalente: um indicador de que o sistema está sobredimensionado para os hábitos de consumo da casa”.

 

Picos de consumo são à noite

A associação constatou que é à noite, quando o sistema não está a produzir, que ocorrem os maiores picos de consumo. Já entre as 8 e as 18 horas, quando há sol, o que se consome da rede é inferior ao que seria necessário, se a casa não tivesse o fotovoltaico. “A diferença é a grande vantagem do sistema. O preço pago por cada kWh consumido da rede, que ronda os 20 cêntimos, é superior ao pago pelo injetado”, lê-se no artigo, que explica ainda que os consumos desta casa em 2022 revelam que se poupou cerca de 279 euros face ao que se teria gasto sem o sistema fotovoltaico. “Como o sistema ficou por 3075 euros, o retorno do investimento ocorreria ao fim de 11 anos. Se esta família tivesse investido apenas em três painéis – suficientes para os consumos da casa, e com menos excedente –, teria gasto menos 1500 euros, conseguiria a mesma poupança anual, mas com o sistema pago em metade do tempo: cinco anos e meio”.

Como forma de conclusão, esta associação admite que aproveitar o sol para baixar a fatura da energia é uma excelente opção, mas é essencial adaptar o sistema aos gastos do lar.

 

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